Certa vez peguei um Uber por volta de 22h.
Puxei assunto:
— Você roda a noite toda?
— Não, não, às 3h eu paro. Durmo um pouco pois às 5h tenho que estar de pé. Tenho que levar meu filho na escola e nas terapias. Depois às 8h entro no trabalho.
— Caramba. Há quanto tempo que você está nesta rotina?
— Desde que descobri que meu filho era autista.
— Pois é, ia mesmo te perguntar sobre, pois você tinha mencionado a terapia. Quantos anos ele tem?
— Tem 2 anos de idade.
— Nossa que bom já ter o diagnóstico, muito difícil os médicos diagnosticarem nessa idade.
— Pois é, tem 6 meses que descobriram.
Veja que nobre atitude. Segundo ele, a mãe não aceitou o diagnóstico. Como poucos devem saber, quanto mais cedo o diagnóstico e mais cedo o início da terapia, mais chances de viver uma vida típica a criança tem na idade adulta.
Infelizmente não há o necessário nas escolas para que a população se conscientize das dificuldades enfrentadas por pessoas com transtornos mentais e neurológicos.
De acordo com o pai, a sensibilização se deu pelo fato de seus pais quando adolescente terem intervindo em seu quadro esquizofrênico.
Com a hipnoterapia o quadro se dissipou e hoje ele encara a dificuldade de adaptação do filho da mesma forma, com o intuito de trazer o bem estar o quanto antes, deixando de lado qualquer negligência ou negação.
Boa parte dos pais tem dificuldade em lidar com os primeiros sinais justamente por não entenderem do assunto e esse diagnóstico na maioria das vezes vem somente a partir dos 4 anos, reduzindo as chances de que essa criança possa se desenvolver com a capacidade mais próxima possível de neurotípicos.
Por isso, se você está lendo este post, certifique-se dos seus direitos como pai de filho autista e busque os recursos que puder para que o seu filho possa usufruir de toda a sua capacidade de desenvolvimento neurológico.
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